segunda-feira, 12 de abril de 2010

Antes do fim da noite

Me falta ar. Não sinto o chão debaixo dos meus pés, me sinto caindo, rapido demais. Derrepente, volto a respirar, doloridamente, como se tivessem agulhas penetrando em meus pulmões, junto com o ar.
Meus olhos ardem, ardem muito. Estão quase desidratados e não cansam de serem lavados por essa água salina, que escorre por toda minha face.
Estou larga ao chão do banheiro. Minhas pernas amoleceram e não conseguem mais suportar o peso do meu corpo.
A luz, se apagou voluntariamente. Não encontro a saída. Estou aqui, onde está tudo apagado à minha volta.
Não lhe culpo, não me culpo. Não foi um erro seu, tão pouco meu. Só quero uma nova chance, um nova chance pra mim mesma.
Não ha nada errado, não ha debito, nem devedor. O amor é um ingrato, que se retira da mesa de jantar, antes do fim da refeição.

O gelo, com gelados

O frio das noites de inverno, não mais me incomoda. É como se a cada dia que passasse, meu corpo ficasse menos sensivel a frieza, ao gelado que cerca.
O frio que me incomoda não o climatico, não falo de temperatura.
O quê me encomoda, o quê me deixa intrigada é a frieza dos olhos que me cercam, mas não me olham.Das mãos que me besliscam, mas não me tocam. Dos braços mas apertam, não me abraçam. Do "Bom dia", quase inaldivel. De um amor, sem graça, indolor.
O bêbe que chora, sente fome de afeto. Os casamentos se acabam, por falta de respeito. As meninas sofrem, por se perderem em si mesmas, sem encontrar a tal 'alma gêmea'
O frio fisico, não é tão gelado pra mim. Gelado pra mim, são os não-abraços, não-beijos, não- amigos e os não-amores.
A nossa alma, é como a água, ambas são transparentes, vitais e quando deixadas na geladeiras, se tornam solidas demais. Não se deve polpar alma, quando mais polpada, mais se desgasta em não ser vivida. Ela se torna, a alma gelada. Hoje eu vejo, tantas e tantas a minha volta, me sinto cercada por almas com geladas.